Existe um erro no minuto 21, que percebi quando voltei a ouvir a gravação
Corrijo desde Já
•Creio
em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes
de
todos os séculos: Deus de Deus, luz da luz,
Deus
verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado
não
criado, consubstancial ao Pai
O Evangelho de S. João apresenta-nos hoje esta
espantosa afirmação de Jesus: "«Eu sou o pão que desceu do Céu»".
Jesus é o alimento celeste dado aos homens, é o Pão com que Deus nos alimenta.
Agradecemos a Deus a graça de ter conhecido e aceite o
mistério da vinda do Pão do Céu, Jesus Cristo, a este mundo. Mas o Evangelho
descreve-nos também a recusa da fé por parte daqueles que, por julgarem
conhecer as origens humanas de Jesus, recusavam a sua origem divina.
À semelhança do que já os seus antepassados tinham
feito no deserto, durante o êxodo, «murmurando» contra Deus, também agora
"os judeus murmuravam de Jesus, por Ele ter dito: "Eu sou o pão que
desceu do Céu»". "E diziam: «Não é Ele Jesus, o filho de José? Não
conhecemos o seu pai e a sua mãe? Como é que ele diz agora: 'Eu desci do Céu'?»".
A estes, Jesus responde serenamente que a fé é um dom
do Pai: "«Ninguém pode vir a Mim, se o Pai que Me enviou O não
trouxer»". Para ir até Jesus e aderir ao seu mistério, é preciso ser
atraído pelo Pai. Hoje, agradecemos esta atracção interior que nos trouxe até
Jesus. Agradecemos reconhecidamente o dom da fé.
Que seria de nós sem a fé? Nas próximas semanas,
começaremos a aprofundar um pouco mais a virtude da fé. Mas já hoje percebemos
claramente que, sem fé, seríamos caminhantes sem rumo, navegadores sem bússola,
peregrinos sem meta. Mais cedo ou mais tarde venceria em nós a tristeza e o
desânimo.
Seríamos como Elias, naquele momento difícil de que
falava a 1ª leitura: esmagado pela prova, só se dispunha a esperar a morte.
Mas, "fortalecido por aquele alimento" que lhe veio de Deus,
"caminhou durante quarenta dias e quarenta noites, até ao monte de Deus, o
Horeb". A fé vence a angústia e permitenos voltar a
caminhar.
No entanto, a fé é uma atracção que não se impõe, que
não nos arrasta contra nossa vontade. A fé é luminosa e cativante, mas não é
uma evidência irrefutável. A fé é um dom que podemos aceitar ou rejeitar. Vemos
que Jesus não entra em polémica com aqueles que rejeitavam este dom, mas
diz-lhes simplesmente: "«Não murmureis entre vós»".
A quem o aceita, porém, Jesus promete solenemente:
"«Eu o ressuscitarei no último dia»". A fé dá sentido à vida e vence
a morte. Com autoridade divina, Jesus afirma: "«Em verdade, em verdade vos
digo: Quem acredita, tem a vida eterna»".
Mas Jesus vai ainda mais longe, e leva-nos a passar a
um outro nível de união com Ele, ainda mais profundo. Do Pão que é Jesus,
passa-se ao Pão que o próprio Jesus dará. Do simples acreditar, passa-se ao
"comer". Jesus diz: "Quem comer deste pão, viverá
eternamente". Que pão é este?
O próprio Jesus responde: "«O pão que Eu hei-de
dar, é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo»". Tudo indica que
esta expressão corresponde às palavras da instituição da Eucaristia, que
encontramos nos outros evangelhos, particularmente em S. Lucas: "«Isto é o
meu corpo entregue por vós" (22,19).
S. João, que não descreve a Última Ceia, quis que os
seus leitores reconhecessem aqui um anúncio da instituição da Eucaristia. O
Verbo feito carne oferece a sua carne "pela vida do mundo".
Com estas palavras, portanto, Jesus ensina-nos que
Eucaristia nos põe em contacto directo com o mistério da sua Encarnação,
orientada para a sua morte redentora. A Eucaristia dá-nos o Verbo que se fez
carne, para se entregar pelos homens. A Eucaristia dá-nos o Pão vivo descido do
Céu e oferecido na cruz. A Eucaristia é um mistério assombroso, que nos
identifica com Cristo e dá à nossa vida, todos os dias, uma força e um sentido
novo.
Peçamos que a nossa vida reflicta a união que já temos
com Jesus Cristo. Quem recebe na Eucaristia o Pão do Céu entregue até à morte
só pode dar um testemunho de fé profunda e sincera. A nossa vida continua a ser
normal, como a de toda a gente, mas ao mesmo tempo é muito especial, sempre
cheia de confiança e de alegria.
Peçamos também um amor cada vez maior à celebração da
Eucaristia, a Santa Missa. Faz este ano a comemoração dos 151 anos da morte do Santo Cura de Ars, S. João
Maria Vianney, que se
completaram já no passado dia 4 de Agosto.
Falando da Missa, S. João Maria Vianney gostava de
dizer: "Todas as boas obras juntas não equivaleriam nunca ao Sacrifício da
Missa, porque são obras dos homens; ao passo que a Santa Missa é obra de
Deus".
A Missa não é uma celebração humana, embora
participemos nela com toda a nossa humanidade, é "obra de Deus". E o
sacerdote, em rigor, não «preside», celebra a Missa «in persona Christi», em
nome e nas vezes do próprio Jesus.
E quem comunga não recebe um pão terreno, mas o
próprio Pão do Céu. E é preciso recebê-lo sempre com profundo amor e
reverência.
É preciso receber a Sagrada Comunhão com grande
sentido de adoração e gratidão. E também perceber que cada comunhão é ou pode
ser também, não só uma graça pessoal, mas uma graça para o mundo inteiro.
Assim ensinava também S. João Maria Vianney que celebrávamos no Sábado que passou o seu Dia Litúrgico : "A
sagrada comunhão e o Santo Sacrifício da Missa são os dois actos mais eficazes
para conseguir a conversão dos corações".
Peçamos a graça de acreditarmos também nós
profundamente nesta eficácia divina da Eucaristia, antes de mais para a nossa
conversão, e também para a conversão de muitas pessoas, do mundo inteiro.
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